Felizmente, calvície feminina tem solução, mas às vezes é preciso um trabalho multiprofissional.
Quando o assunto é diagnóstico e cura de  doenças do cabelo e do couro cabeludo, fale com um tricologista. São os  médicos especializados na área. Acredite, há métodos muito precisos para  diagnosticar qualquer problema capilar, seja em homens ou mulheres.    
As mulheres que se deparam, frequentemente, com fios de cabelo soltos  na fronha, no ralo do banheiro, na escova, etc., já devem ficar  atentas. Se quando os fios caem, logo dão lugar a outros, tudo bem. "O  cabelo tem um ciclo de crescimento, de estabilização, de descanso e de  queda, que ocorre a cada dois anos", explica o diretor do Instituto do  Cabelo e presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia, Luciano  Barsanti, autor do livro Dr. Cabelo, da editora Elevação. 
Segundo Barsanti, as mulheres têm muito mais cabelo do que os  homens. Por isso, só notam o problema quando já perderam cerca de 30%  dos fios. "Vêm ao consultório dizendo que, ao subirem a escada rolante  espelhada do shopping, repararam no couro da cabeça", conta Barsanti.
Para identificar o problema, o médico faz uma microscopia  eletrônica do bulbo capilar. Usa um aparelho que funciona como uma  espécie de scanner do couro cabeludo, aumentando em 8 mil vezes o fio e o  couro da cabeça. O resultado é um diagnóstico preciso, com a  verificação do estágio da queda e a indicação de um tratamento  personalizado.
Alterações hormonais, estresse, depressão, ovários policísticos,  doenças autoimunes, deficiências nutricionais, medicamentos, drogas  ilícitas e álcool, alterações psiquiátricas, quimioterapia e até  anorexia são as causas mais frequentes da perda capilar nas mulheres. O  problema é observado na faixa etária dos 12 aos 60, sendo mais comum  entre as de 25 a 45 anos. "Isso ocorre, principalmente, nas dietas sem  acompanhamento médico."
A boa notícia é que é possível reverter o quadro em qualquer idade,  desde que o bulbo capilar esteja vivo. Entre as soluções, há  tratamentos não invasivos, como laser de baixa penetração e infusão  transiônica, que permite a aplicação de substâncias ativadoras do bulbo  sem o uso de agulhas e aplicações. 
Cerca de 80% das pacientes do Instituto do Cabelo apresentam caspa e  seborréia (grande quantidade de óleo produzido pelas glândulas  sebácias), o que provoca uma irritação na epiderme, a dermatite  seborreica. Entre os tratamentos, há substâncias fitoterápicas e  orgânicas aplicadas por uma espécie de pelling do couro cabeludo.
"Há terapias sendo desenvolvidas para estimular cabelos  enfraquecidos a crescerem mais fortes, e até estudos de tratamentos com  uso de células-tronco e clonagem. Tem uma empresa japonesa fazendo uma  investigação e gastando milhões com isso", conta o dermatologista Arthur  Tykocinski, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e diretor da  Sociedade Internacional de Transplante Capilar. Segundo ele, será  possível até realizar testes genéticos para que a mulher tenha uma  estimativa da probabilidade de perda dos fios.
Vale ressaltar que, quando a queda dos fios é associada a outros  problemas, o tratamento capilar deve ter assistência multiprofissional,  de endocrinologista (avalia as condições da tireoide), ginecologista  (verifica possíveis problemas hormonais), nutricionista (avalia a  segurança alimentar) e até psiquiatra e psicólogo.
Cansada de tentar os mais diversos tratamentos para combater a  queda dos fios, Glória (nome fictício) desistiu de ir a consultórios e  recorreu ao tratamento sugerido pelo seu cabeleireiro, Fernando Barros, à  base de algas. "Ele disse que eu notaria a diferença em três meses,  mas, em menos de um, notei que meus cabelos pararam de cair, ganharam  vida e ficaram mais cheios", conta ela, que aprendeu com ele a massagear  a cabeça por alguns minutos antes de lavar.
PERDA POR TRAÇÃO
Repare em quem prende muito os cabelos, amarrando-os para trás:  começam a aparecer "entradas". "São as chamadas alopecias (quedas)  cosméticas, por uso excessivo de tiaras, prendedores, e de penteados  como rabo-de-cavalo e apliques", diz Barsanti.
A professora universitária Gabriela Scur, de 35 anos, sofre com a  queda dos fios desde os seus 18 anos, causada por problemas emocionais.  "Não posso ficar nervosa que o cabelo quebra e cai. Fiz até biópsia, mas  não descobriram nada." 
Tomou remédios fortíssimos, que até deram resultado. Numa ocasião,  decidiu fazer megahair para sentir o gostinho de ter cabelo comprido (o  dela sempre cresceu até a altura dos ombros). "Na primeira manutenção,  quando tirei as mechas, vi que meu cabelo havia ficado chanel. Chorei."
QUANDO O FIO ATROFIA
Mais grave é o diagnóstico de dihidrotestosterona (DHT), um agente  que acaba com o bulbo capilar. "Ele age discretamente. Destrói a raiz do  cabelo, que muitas vezes nem cai: o fio é afinado e, com o tempo,  desaparece", explica o tricologista Barsanti. 
O problema é que, na mulher, o DHT se espalha por toda a cabeça. Já  no homem, o problema é localizado, possibilitando tratamentos como  implantes. "É preciso saber se a área do couro cabeludo de onde esses  fios vão ser retirados ainda está saudável, com bulbos vivos, para não  implantar um cabelo doente", explica Tykocinski, que constatou que  apenas 30% das mulheres com DHT atendidas em seu consultório  enquadravam-se nessa situação. "O cabelo é só a ponta do iceberg. Temos  de investigar o todo."
O QUE VOCÊ PRECISA SABER
Fatores de risco:
Lendas
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